A interpretação equivocada de frases, trejeitos e posturas.

Revista Época Negócios

Frequentemente, um líder se dirige à equipe com olhar atento, sério e concentrado como forma de sinalizar que está interessado em ouvir o que os seus subordinados têm a dizer. Cuidado: eles podem interpretar essa postura como agressiva e reprovadora, gerando resultado oposto ao que se pretendia. O alerta é de Heidi Grant Halvorson, psicóloga social da Columbia Business Scool, que explica em seu livro No One Understands You (“Ninguém entende você”) as razões psicológicas pelas quais uma equipe muitas vezes interpreta de forma equivocada as orientações de seus líderes. Além disso, essa confusão pode ocorrer entre equivalentes: oferecer ajuda a um colega, por exemplo pode ser entendido como falta de confiança no trabalho dele, a ponto de precisar de intervenção para suprir suas deficiências. E, para complicar, isso atrapalha até mesmo as relações domésticas: se um cônjuge prefere dormir cedo em vez de assistir a um filme, o outro pode se sentir rejeitado quando, na verdade, é só cansaço após um dia duro de trabalho.

Essa confusão se dá pelo fenômeno que Heidi chama de “ilusão de transparência”, quando a pessoa, a priori, acredita que sua postura está plenamente clara para os outros, não vendo necessidade de se expressar em detalhes. E, para agravar essa situação, seu interlocutor pode sofrer do que estudos psicológicos definem como “avareza cognitiva”, isto é, formas mais lentas de processar informações. Para evitar essas situações, a psicóloga aconselha a nos livrarmos dessa ilusão da transparência e aprendermos a enviar os sinais claros do que pretendemos.