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Coisas são apenas coisas
- 11 de fevereiro de 2014
- Postado por: Prof. Alcides Schotten
- Categoria: Recomendamos
Por mais que pareça óbvia, a prática do desapego material muitas vezes pode ser algo complicado para nós. Os motivos são vários, os graus de apego também, e dependendo da influência desse sentimento em nossas vidas, podemos ser seriamente prejudicados. Por conta disso, o conceito do desapego deve ser trabalhado de várias formas em nossa rotina, para o nosso próprio bem.
O que o apego faz em nossas vidas?
O apego material nos impede de vivenciar de um modo mais profundo diversas experiências e relações cotidianas. Coisas são apenas coisas e não fazem parte intrínseca do nosso ser. Precisamos de diversos bens materiais para viver nossas rotinas e manter nosso sustento, mas eles é que nos devem servir, e não nós sermos servos e escravos do material.
Abdicar de um delicioso domingo de sol com a família para fazer hora extra para comprar o carro do ano é um exemplo de atitude muito comum, principalmente nas grandes cidades onde o ritmo de vida é mais frenético. É claro que cada um tem o direito de ter os seus sonhos e desejos particulares, mas enquanto no carro nós conseguimos colocar um preço, as horas de sorrisos e abraços com a família não há valor material que pague.
Além disso, temos que buscar nossos sonhos, mas o equilíbrio é sempre importante. Então, quando estiver trabalhando para tornar possível o financiamento dos seus sonhos, esteja totalmente focado em suas atividades do trabalho, mas quando estiver em família, dedique-se a eles.
O desapego X o desejo de mudança
Mudar significa deixar para trás o que não serve mais para nós em determinados momentos da vida. Por isso, manter apegos pode atrasar e até mesmo impedir a nossa evolução e amadurecimento.
O que vale mais, um emprego que abale sua saúde emocional e suas horas de lazer em troca de um salário excepcional, ou um trabalho em que você não ganha fortunas, mas consegue ter qualidade de vida com ele, levantando com um sorriso no rosto todos os dias? É disso que trata o desapego das coisas: do equilíbrio entre o conforto material e a felicidade genuína.
Desapegar não significa abandonar
É comum nos equivocarmos quando falamos em desapego, imaginando que esse conceito impõe o abandono de todas os prazeres materiais. Justamente por essa visão confusa, muitos de nós sequer consideramos a possibilidade de aplicar o desapego nas nossas vidas. Porém, desapegar não é desistir de tudo, e sim encontrar o meio-termo entre trabalho, dinheiro, bens materiais, e a sua felicidade espiritual e saúde mental.
Como disse o poeta C.S. Lewis, nós não temos uma alma, nós somos uma alma. O que nós temos é um corpo, e ele precisa, de uma forma ou de outra, de bens palpáveis para ser mantido. Saber disso e entender que o controle de nossas vidas e escolhas está em nossas mãos é o primeiro passo para uma vida mais feliz.