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Como lidar com amizades difíceis
- 30 de junho de 2014
- Postado por: Prof. Alcides Schotten
- Categoria: Recomendamos
Nossa personalidade, nossos hábitos e nossas convicções têm uma ligação intrínseca com as relações humanas que mantemos. Sofremos influência o tempo todo das pessoas pelas quais somos rodeados, principalmente de familiares e amigos. Nesse contexto, qual a melhor forma de lidar com amizades que tendem a desgastar as nossas energias?
Admita que há algo errado
Você anda se sentindo incomodado com as atitude de alguém próximo. Talvez seja recente ou talvez você esteja lidando em silêncio com isso há algum tempo. Diariamente você tenta se convencer de que está levando a situação a sério demais e que não há motivos para confrontar seu amigo ou colega por enquanto. Bem, independente do motivo pelo qual você está se sentindo desconfortável, ele é real e existe, pois senão você estaria totalmente em paz, sem sentir aquela “pedrinha no sapato”. Então, o primeiro passo é admitir para si que algo está, de fato, errado. A partir disso, avalie a situação em duas etapas:
Etapa 1
Pergunte-se: estou sendo motivado por alguma causa egoísta, vaidosa ou orgulhosa? Estou chateado porque estou sentindo ciúmes, inveja ou orgulho ferido? Se sim, confrontar o seu amigo agora só causará mais dano. Você precisa primeiro lidar melhor com os seus próprios sentimentos, senão, esse incomodo se repetirá durante toda a sua vida – seja com novas ou antigas relações – e o maior prejudicado será você.
Lembre-se, quando situações boas acontecem com pessoas que nos são queridas, essa felicidade é sua também, visto que será compartilhada com você. Um amigo feliz é um melhor amigo que mantém relações de bem e muito mais saudáveis.
Etapa 2
O que de concreto aconteceu? Saia um pouco do cenário abstrato dos sentimentos e lide com a situação prática. Você foi ofendido? Você foi traído? É importante que esteja claro o que aconteceu, porque muitos dos maus entendidos da vida derivam de má comunicação.
Às vezes você espera uma atitude de amparo de um amigo, como por exemplo ligar para você com frequência, defendê-lo diante de outros colegas, chamá-lo mais para sair e mostrar-se presente nos momentos mais difíceis. Como cada ser humano tem características próprias e estilos de vida também, pode ser que seu amigo não reconheça essas ações de forma tão natural. Se for isso, vale a pena uma conversa franca, já que o combinado não sai caro para ninguém. Você pode chamar de “alinhamento de expectativas”, situação na qual vocês deixarão claro um para o outro o que é esperado desta amizade tão importante para ambos.
E se meu amigo errou comigo?
Primeiramente: todos nós erramos. Às vezes julgamos com severidade demasiada os outros, mas por outro lado, quando somos nós os errantes, esperamos nada menos do que compreensão. Então, sempre vise o perdão, independente da situação que enfrenta, porque quando perdoamos de coração, vivemos em paz, tranquilos, felizes e sem o grande peso da culpa. Deixe que a vida se encarregue de trazer as lições necessárias a cada um: não cabe a você julgar ninguém, procure compreender.
Isso não significa que o erro não possa ser conversado de forma assertiva. Se, por exemplo, seu amigo o tratou de forma hostil sem motivo evidente, passado o momento de em que os ânimos estão agitados, chame-o e pergunte se está tudo bem com ele. Deixe claro que você está ao lado dele para o que ele precisar.
Talvez ele esteja passando por momentos difíceis em casa ou no trabalho e tenha dificuldade em direcionar essas emoções. Tendo essa postura, você o acalmará e evitará que isso aconteça novamente. Em uma próxima situação parecida, ele irá se lembrar do quanto você se esforça para entendê-lo e para ser gentil mesmo quando ele toma atitudes afoitas.
Caso você tenha dificuldade em se expressar, e mesmo após a conversa sinta que muito ficou sem ser dito, talvez seja o caso de treinar a sua oratória – exercício que o ajudará nas mais diversas situações do dia-a-dia – um curso de oratória pode ser uma excelente escolha para você.
E se, mesmo após muitas conversas, continuamos tendo atritos?
Você já conversou da forma mais assertiva possível, já deixou claro como se sente e mesmo assim nada mudou? A verdade é que é importante nos auto respeitarmos, por mais que seja importante nos colocarmos no lugar do outro. Pode chegar um momento que seja importante avaliar se vocês, em meio a esse desgaste, ainda são uma boa companhia um para o outro.
Se você ainda está em processo de perdoar, ou seja, se ainda está chateado, talvez seja uma boa ideia se afastar por um período, para esclarecer as ideias e acalmar os ânimos. Mas faça isso de forma gradativa, para evitar mais desgastes desnecessários. Um período de afastamento pode ser um tempo para você se auto avaliar e avaliar o quanto essa amizade significa para você. Talvez seja o que você precisa para se motivar a ser mais flexível em relação a esse amigo ou decidir que talvez seja o momento de se dedicar mais aos amigos que efetivamente estão mais ao seu lado e se preocupam com você.
Independente da sua decisão, lembre-se: guardar sentimentos ruins em relação a qualquer pessoa prejudica em primeiro lugar sempre a você mesmo. Preze pela sua saúde mental, cultive o perdão, seja um instrumento de bem por onde quer que passe e se dedique as amizades que lhe fazem bem.